Novo capítulo

Eu não sei o que é mais difícil, escrever o primeiro ou o último post em um blog…

Se por um lado, no primeiro eu tinha tanto para dizer que nem sabia por onde começar, por outro ainda não tinha encontrado a “minha voz”, não sabia quem era a minha audiência. Neste último post eu sei o que quero dizer mas é algo tão importante que eu perco-me a pensar qual a melhor forma de o dizer. Ao longo dos posts e dos anos encontrei a minha voz, o meu estilo e o meu público, pode não ser um público que encha um ginásio ou nem mesmo uma sala, não importa, é um público que durante estes anos valorizou o conteúdo que eu aqui partilhei. Eu nunca poderia deixar o blog aqui inativo sem nada dizer, sem por um ponto final neste capítulo e sem levar vocês para o próximo capítulo da minha história.

Encerrar este capítulo é o que me falta para finalmente partir para o seguinte.

Mas vamos ao contexto disto primeiro.

Faz muito tempo que eu tenho me alimentado das minhas desculpas, até porque elas são realmente muito fortes. Não ter tempo é a minha desculpa de estimação. Eu não tenho realmente muito tempo para nada fora da rotina e das obrigações diárias, mas chega um dia que falta de satisfação pessoal e profissional fala mais alto e aí o tempo faz-se, porque tem de ser.

Eu sou uma pessoa criativa, criar com liberdade me dá um enorme prazer que, de acordo com o que tenho comprovado ao longo da minha carreira no design gráfico, acaba por ser um pouco incompatível com a rotina profissional e as exigências do mercado e as vontades dos clientes. Foi na fotografia que eu me encontrei, assim meio sem querer, sem grandes intenções. Talvez seja essa a melhor forma, não é? Sem pressões, nem grandes compromissos, com o espaço que eu precisava para ser eu mesma, sem ter que responder à ninguém. Tem sido um longo caminho, um caminho que eu me orgulho de estar a percorrer, onde tenho aprendido sozinha muitas vezes, experimentando e errando, sem nunca deixar de praticar e nesta caminhada tenho evoluído ao meu ritmo. A fotografia está hoje no centro dos meus interesses, rainha de si porque é a fotografar que eu me sinto confiante e segura e ela é das maiores certezas da minha vida neste momento.

Depois de muitas batalhas internas, eu estou a dar o passo e a dar à fotografia o lugar que ela merece na minha vida, elevando-lhe o status de hobby para profissão. Quem segue este blog e segue-me no Instagram quase diariamente, não está de certeza surpreendido porque é um passo que faz sentido.

Eu pensei muito no papel do Rebuçado Ácido no meio disto tudo e se deveria o manter. Mas no fim acabei por decidir que uma fase nova merece um espaço só seu, sem bagagem.

A partir de hoje, ou melhor, de agora, podem conhecer o meu site, visitar o meu blog e para além disso também podem me contratar/convidar para ir à vossa casa, fotografar a vossa família.

Quando eu decidi abrir o meu negócio, eu soube logo que ele teria seguir o mesmo estilo que imprimo nas fotografias da minha família. Realismo, naturalidade, autenticidade e espontaneidade são ingredientes imprescindíveis à minha visão artística, eu preciso deles para produzir imagens significativas, que despertem sentimentos. Para mim fotografia não são meramente imagens bonitas, eu preciso de conteúdo.

Fotografar em casa parece-me uma boa opção nesta busca pela essência de cada família. Assim como não há casas iguais, também não há famílias iguais e portanto também não há sessões iguais. Cada sessão é construída à semelhança de casa família, respeitando a sua forma de ser e estar, os ritmos, as rotinas e as interações. O olhar é meu mas a história é vossa e eu adoraria contá-la!

O site novinho em folha: www.lucianevalles.com
O blog é aqui.

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Lara, oitavo mês

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De olhos bem azuis sempre a observarem tudo e todos com imensa curiosidade e a língua constantemente de fora, tens 7 meses e és assim.

Gatinhar já não é um desafio para ti, agora queres é estar sempre em pé mas ainda não tens muita prática nesta nova habilidade, não sabes cair muito bem e ao desequilibrar-te cais para trás e por vezes bates com a cabeça no chão. Nós corremos a socorrer-te e te enchemos de mimos mas assim que te pomos no chão lá vais tu outra vez. Na escola dizem que és de borracha.

Tanto treinaste que logo no início deste mês aprendeste a por-te de pé sozinha no teu berço, o chato é quando fazes isto no meio da noite.. aos berros!

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Continuas a ser tamanho mignon, expressão que a tua avó usa muito quando fala de ti (geralmente a comparar com ela). As roupas 3-6 meses servem-te perfeitamente e vives nas roupas que herdaste dos teus irmãos, umas até só um tanto grandes para ti, mas usas na mesma.

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Quando não estás em pé, estás no chão a procura de coisas para pôr na boca, de preferência objetos novos, enjoas muito rápido de qualquer brinquedo e não ligas praticamente nada a peluches.

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Os teus irmãos estão sempre a te agarrar e a transportar para lá e para cá, mas tu preferes mesmo é explorar tudo sozinha, livre e solta.

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Este foi um mês de novas rotinas para ti. A tua intensa atividade durante o dia resultava sempre em exaustão quando chegavas a casa, então decidi adiantar o jantar e o banho para que conseguisses comer melhor, menos cansada e irritada. Melhor alimentada e depois de um banho também passou a ser mais simples te adormecer, as birras de sono perderam um pouco a intensidade, embora haja sempre dias mais difíceis que outros.

E por falar em banho, foi só neste mês que começaste a gostar da tua banheira tummy tub. Desde os 4 meses que resistias em te sentar na banheira e os banhos eram sempre em pé, com quedas à mínima distração minhas, mas neste mês descobriste que saltar e atirar-se na água é mesmo muito divertido. O importante é não ficar parada, este é o teu lema para vida, já percebi.

 

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As noites contigo são tudo menos monótonas. Muitas são às vezes que me pergunto o que hei de fazer para te adormecer. Queres mamar no peito e passaste a acordar milhares de vezes a pedir consolo. Eu tentei fazer um treinamento contigo e deixei de te dar leite à noite, quanto muito um biberão e até estava a resultar mas entretanto ficaste doente pela primeira vez e o meu plano foi por água abaixo.

Aos 7 setes meses tiveste a tua primeira otite, igualzinho à Alice, com a diferença que ao mesmo tempo também tiveste amigdalite e um vírus que deixou o teu corpo coberto de pintinhas que mais pareciam varicela. Os teus irmãos quando adoeciam em bebés ficavam apáticos mas tu ficaste ainda mais agitada e só choras, aliás foi assim que descobri que algo não estava bem, tu choravas constantemente.

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Na semana que adoeceste estivemos as três em casa, tu, eu e a Alice que também apareceu com uma virose. Fez me lembrar a tua fase recém nascida e tive muitas saudades daquele tempo..

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Os teus problemas de pele estão completamente controlados à base de muitos cremes que continuo a pôr 2x por dia, tu não gostas muito, como também não gostas quando te troco a fralda ou visto, são atividades que têm ficado a cada dia mais complicadas. Neste mês ainda conseguia te distrair com embalagens de pomadas e caixas de papel.

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Tu já não usas chupeta porque eu desisti de insistir com ela. Não queres saber, ponto final. Quando choras por qualquer razão que não seja nem fome nem sono, temos de te dar mil e uma coisas para mão, só assim te distrais. Pões tudo na boca, babas litros e litros de saliva, a coleção de babetes baratuchos não pára de aumentar assim como a quantidade de tralha no teu cesto dos brinquedos.

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E para fechar o mês uma sequência de ti fazendo aquilo que mais fizeste neste mês inteiro:

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Lara, quarto mês

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No dia que eu terei esta fotografia completavas tu 3 meses de vida. Já sorrias muito para nós mas ainda eras uma recém nascida, que passava a maior parte do tempo deitada, a dormir ou a chorar.

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Mas não demorou muito para percebermos que este quarto mês seria o mais divertido e empolgante mês no teu crescimento até então. Foi aos três meses que aprendeste a agarrar objetos, ainda sem muita coordenação é verdade, mas com muita força. Eu e a Alice muitas vezes deitávamos a nossa cabeça na tua barriga e esperávamos que te agarrasse aos nossos cabelos, adoravas esta brincadeira. E a Alice, por sua vez, divertia-se a assoprar a tua barriga.

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Cada vez mês te tornaste no bebé que a Alice sempre quis ter e ela não te largava. As conversas eram longas e os assuntos variados. A minha favorita foi a explicação dos beijos, para que servem os beijos e que tipo de beijos devemos dar de acordo com a idade que temos. Tu ouvia atentamente, a balançar as pernas e os bracinhos, como se estivesse a absorver tudo.

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O teu irmão, por sua vez, adorava atacar-te com beijos sem fim para a seguir fugir e voltar a sua vida. Nem sempre os beijos eram suaves mas tu parecias gostar pois tinhas sempre um grande sorriso guardado para ele.

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A tua pele sempre foi um capítulo a parte e já aos 3 meses tinhas uma coleção de cremes e produtos que tinham a função de acalmá-la. A vermelhidão do teu pescoço já começava a te incomodar e não gostavas quando eu passava os cremes naquela zona.

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Aos poucos começaste a reparar nos teus brinquedos e ao invés de estares tanto tempo ao colo passaste a estar mais tempo no chão, rodeada de brinquedos e à merce dos teus irmãos. Claro que em pouco tempo eles dominavam o teu espaço e eu tinha de ir em teu socorro.

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Sempre que te deitavamos de barriga para cima tu automaticamente tentávas te virar de barriga para baixo. Um enorme esforço que muitas vezes tinha uma mãozinha extra a ajudar. Os teus irmãos vibravam com as tuas tentativas e ao jeito deles, nem sempre suave, empurravam-te e tu lá conseguias.

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Neste mês o calor definitivamente chegou e andaste muitas vezes só de fralda. Não gostas do calor, choras mais quando ele te atormenta. Não sei bem se esta foi a razão mas passaste a dormir pior neste mês. As sestas foram sempre muito curtas e nem chegando  a meia hora de sono, estavas sempre em estado de alerta e ao mínimo barulho acordavas em sobressalto. Como resultado disto choravas grande parte do dia e custava-te ainda mais adormecer à noite devido ao stress acumulado do dia todo.

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As tuas finas perninhas insistiam em estar esticadas, fosse no colo e até mesmo no banho! Teimavas em estar de pé.Também por esta altura tudo que estivesse a mão ia para a boca.

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Os teus olhos mantiveram-se azuis e o cabelo cada vez mais claro. A avó F. diz que és igualzinha a ela. Será?

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Eu poderia encher vários albuns inteiros só com fotos da tua relação com a Alice. Ela é viciada em ti e fotografar vocês duas juntas é o meu novo vício.

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Das centenas de milhares de fotos que eu tirei neste teu terceiro mês de vida, são raras as imagens em que apareces sozinha, claramente eu preferi fotografar-te rodeada dos teus irmãos. Pequenos momentos retratados que eu vou guardar para sempre.

 

 

Férias Antecipadas

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No fim de junho/início de julho fomos passar uns dias num turismo rural no Alentejo. Não é a primeira vez que fazemos isso mas a primeira vez que criamos coragem de levar as crianças. O primeiro dia foi caótico e eles reclamaram de quase tudo mas a partir daí as coisas começaram a acalmar e no último dia já estava eu a sonhar com uma moradia e com um jardim para eles correrem livres e à vontade como faziam ali, foi difícil deixar esta liberdade para trás.

Nos dias que estivemos por ali aproveitamos para ir cedo à praia da Zambujeira e Odeceixe. O vento muito forte e a água gelado nos tiraram a coragem no terceiro dia, o que nos levou a ir conhecer o Cabo Sardão, com a sua vista espetacular para o mar.

Quando a semana no Alentejo acabou rumamos para sul, para o nosso “pouso” favorito de sempre, a casa da bisa. A Alice ia contentíssima pois isso queria dizer que o aniversário dela estava a aproximar-se. Os dias em Silves foram de extremo calor e quase todos os dias, ao fim da tarde, não tivemos hipótese senão fugir para a praia.

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Depois de um período de muito cansaço, pouca inspiração e falta de motivação para fotografar eu eu tomei uma decisão: fotografar mais. Fotografar mais e não apenas em momentos especiais e não necessariamente em momentos perfeitos mas sobretudo em momentos simples, básicos do dia-a-dia que não se repetem e embora não sejam perfeitos no sentido de que podem não ser no cenário mais idílico ou na melhor luz do dia, têm uma espontaneidade e honestidade que é imbatível e portanto muito poderosa.

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  1. caras e caretas é o que está no menu.
  2. maçãs só com casca.
  3. morangos, morangos, morangos, fruta preferida.
  4. irmãs, 4 anos e meio de diferença.
  5. primeiros dias em casa, difícil largar o bebé.
  6. independência começa por saber se vestir sozinha.
  7. colagem feita pela alice e o vicente. um lembrete para mim de que preciso imprimir imagens mais recentes.
  8. levando o balão passear.
  9. idem 8.
  10. ar fresco, balões ao ar.
  11. brinquedo novo.